terça-feira, julho 31, 2007

Iraque

"Oito milhõs de iraquianos, ou seja, um terço da população do Iraque, tem necessidade de receber ajuda humanitária com urgência, alerta um relatório ontem divulgado em Amã pela Oxfam e outras organizações não governamentais (ONG) iraquianas e internacionais.

"Enquanto que uma violência horrível domina a vida de milhões de pessoas comuns no Iraque, outra crise de outro tipo, devida ao impacto da guerra, evolui lentamente", constatam as ONG no documento, lembrando que nalguns casos a situação é já pior à que existia antes da invasão norte-americana em 2003."

Diário de Notícias, 31 de Julho 2007

Darfur, Sudão

"Violações graves, sistemáticas, extensas dos direitos humanos, nomeadamente mortes, violações, deslocações forçadas e ataques contra a população civil" são denunciadas pelos especialistas da ONU, em todo o vasto Sudão, que é o maior país da África, mas muito em especial no martirizado Darfur, do qual há particular conhecimento desde o mês de Fevereiro de 2003"

Jorge Heitor, no "Público" de 28 Julho 2007

segunda-feira, julho 30, 2007

Os Simpsons

Retrato dos Simpsons no suplemento "actual" do Expresso por José Alves Mendes

"Homer - Marido devoto, esquece as datas importantes e é o ganha-pão da família. Adora TV, «donuts» e dinheiro fácil e perde facilmente as estribeiras. Assinou um pacto com a sua própria inteligência: «Cérebro, não gostas de mim e eu não gosto de ti. Ajuda-me agora e prometo que vou continuar a afogar-te em cerveja.»

Marge - usa um penteado que só nela é praticável e é quem assegura a unidade da família quando, entre tontice e trapalhada, tudo parece desmoronar-se à sua volta. Estica sabiamente o salário de Homer e guarda para si, como migalhas, os sonhos de uma felicidade alternativa.

Bart - Vive sob um lema único: «Se faço uma maldade e ninguém está lá para ver, isso faz de mim um bom rapaz?» É o mais popular dos Simpsons. Reconhece na TV um modelo de justiça social desde que o programa espirre sangue. Tem bom fundo, o problema é trazê-lo à superfície. Crê ser um injustiçado... e ri-se.

Lisa - Herdou da mãe o bom senso e o sentido da solidariedade. Herdou do pai o apelido. Adora a escola, ansiosa por ser a porta-voz do saber, e despreza o dinheiro, por lhe ensinarem que o dólar foi inventado para aterrorizar o nosso semelhante. Springfield é do tamanho do planeta, por enquanto.

Maggie - Deixou cair a chupeta para falar uma única vez, na escuridão do quarto. Disse «paizinho», algo que Homer adorava ter ouvido. Está quase sempre contente, gatinha até à exaustão e é a bebé perfeita para viver ao colo. Não diz uma palavra, mas o olhar esbugalhado e cúmplice faz dela o fiel da balança, como se estivesse cercada por doidos. E não está?"

quarta-feira, julho 11, 2007

terça-feira, julho 03, 2007

À espreita de um ensaio...

O relógio marca 21h35. Estamos numa sala ampla. Cadeiras amontoadas. Estojos abertos, espalhados um pouco por todo o lado. Vazios. Os músicos entram e saem. A porta é convidativa, apesar da chuva e do frio que se faz sentir lá fora, permanece aberta. A música de fundo está, por agora, a cargo da Escola de Música da Banda Musical de Oliveira. Ouvem-se conversas, risos e gargalhadas. Gradualmente começa a fazer-se silêncio, os músicos param de tocar, uns levantam-se, outros sentam-se. As conversas são temporariamente interrompidas. Está tudo a postos. Silêncio. O maestro, figura negra e esguia, de braços erguidos, dá início ao ensaio da Banda Musical de Oliveira. São 21h50 e é hora do “Juízo Final” (Camile de Nordis). Sons ora graves, ora agudos, compõem melodias que nos transportam para lugares longínquos, sítios nunca antes visitados, sentimentos recônditos ou emoções tão bem guardadas. A música é isto mesmo. Desperta sensações e tem sempre uma história para nos contar.

O director artístico da banda, Alberto Castro Bastos, afirma que a sua grande preocupação é “incutir valores importantes nos jovens” e dá como exemplo a amizade. Há, de facto, uma grande preocupação cultural na banda. O maestro diz ainda, que procura não só “ensinar música”, mas também “tornar os jovens culturalmente mais ricos”. E como? (queremos nós saber). O maestro explica: Se por exemplo tocarmos uma música do Santana, vamos primeiro saber quem era, quais os seus valores, e são esses valores que vamos procurar incutir nos jovens”. A Banda Musical de Oliveira (B.M.O) é maioritariamente composta por jovens. Alexandrina Saramago, membro da banda há 3 anos e com apenas 15 anos, confessa a sua paixão pela música e afirma claramente que se sente “motivada” a continuar a sua carreira musical na Banda de Oliveira. A noite já vai longa mas o entusiasmo e a boa disposição dos músicos mantém-se. É hora de fazer uma pequena pausa. De batuta em riste o maestro dá indicações.

Mudança de pautas. Está na hora de fazer uma visita ao “Inferno” com C.S. Fiorenzo. Alguma confusão na leitura à primeira vista mas terminam todos ao mesmo tempo e no maior potencial. A calma restabelece-se com “A Pérola” de Ângelo Moreira. A banda está de parabéns no próximo dia 28 de Abril, e é com grande orgulho que Laurindo Barbosa, vice-presidente da direcção, se refere aos 225 anos da banda: “O nosso objectivo actual é mostrar ao país inteiro que em 225 anos estivemos sempre no activo”. Mais uma pausa. Tiram-se dúvidas. Mas logo se recomeça o ensaio. Ouvem-se vozes vindas da rua. A faixa alusiva ao aniversário da banda está agora a ser colocada na fachada da sede. A chuva cai de mansinho como que embalada ao som da música. Já chove menos, o ensaio também já está a terminar ao som de Santana num arranjo de Giancaulo Gazzani.
Até ao próximo ensaio.