domingo, novembro 18, 2007

Nuno Vaz

O talento a pensar na evolução

Vencedor de Trompa, solista nível superior, na 21ª Edição do Prémio Jovens Músicos 2007, concurso realizado pela Antena 2/RTP, Nuno Vaz foi um dos premiados mais aplaudidos no Concerto dos Laureados na Gulbenkian.

Ganhar o Prémio Jovens Músicos é, para Nuno Vaz, motivo de “felicidade e satisfação”, mesmo para quem já arrecadou o sexto lugar a nível mundial no “International Performer’s Competition 2006” em Brno, na República Checa. A preparação para o concurso implicou “grande responsabilidade” e, principalmente, a “abstracção de todas as coisas boas que o Verão tem”, tendo em conta que “grande parte do tempo foi passada em férias lectivas”.

No Concerto dos Laureados, no passado cinco de Outubro, no Grande Auditório da Gulbenkian, Nuno Vaz interpretou o 3º andamento do 1º concerto para Trompa de Richard Strauss, tendo sido entusiasticamente aplaudido por uma claque que se deslocou propositadamente da sua terra natal – Vizela. “Sentimo-nos muito apoiados e ficamos felizes por saber que temos amigos, não só para beber uns copos, mas também para estarem connosco neste magníficos momentos”, sublinha o jovem trompista.

A Câmara Municipal de Vizela “expressa o mais profundo e sincero regozijo pela vitória de Nuno Vaz”, ao lhe atribuir um “Voto de Louvor como sinal da mais veemente e sincera admiração assim como satisfação pelo seu desempenho cultural e artístico”. Mas para Nuno, “o mais importante é a família”, que tem a certeza estar orgulhosa de si.


Nasceu em Vizela em 1986 e foi lá que iniciou os seus estudos musicais na Sociedade Filarmónica Vizelense com os professores Costa Vieira, José Guerra, Carlos Pedro Marques e Guilherme Vieira. No entanto, os estudos de Nuno Vaz não ficaram por aqui: “Felizmente houve quem me ajudasse a ser mais do que um simples músico de banda e fez com que concorresse à ARTAVE, e isso fez-me crescer bastante”. Continua ligado à Banda Filarmónica e à Orquestra Ligeira de Vizela, sendo também professor na Academia de Música da Sociedade Filarmónica Vizelense.

Depois de ter passado pela Academia Valentim Moreira de Sá em Guimarães, ingressou na ARTAVE na classe de um dos seus trompistas de eleição – Hélder Vales. Todavia, a sua “principal referência” a nível da Trompa é Abel Pereira, com quem estuda actualmente na Academia Nacional Superior de Orquestra, em Lisboa.

Colaborou em várias orquestras, entre as quais a Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra Nacional do Porto e Orquestra Sinfonieta de Lisboa. Adora tocar em orquestra, contudo a sua experiência estende-se a outras formações. É também membro fundador do Quarteto de Trompas ART4ORN e do Ensemble Português de Trompas. Com este grupos apresentou-se no “International Chamber Music Festival” em Stellenbosh, na África do Sul e já tem concertos agendados por todo o país.

“Saber sempre que quando estamos mal temos de fazer tudo para que as coisas se resolvam” é, para Nuno, um dos princípios que um músico deve ter em conta na sua formação. “Precisamos sempre de ser bastante humildes. Infelizmente há muita gente que não tem respeito pelo trabalho de outros músicos, o respeito e a amizade são também valores muito importantes”, acrescenta.

Nuno Vaz defende que desde o início da carreira que os músicos devem ser “capazes de resolver as coisas sem a ajuda do professor”, uma vez que vai chegar o momento em que não vão ter professor para o os ajudar e se não estiverem preparados “vai ser muito duro.”

Com vários recitais programados para a temporada 2007/2008, Nuno explica que “o plano é tocar sempre e pensar na evolução”.

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