terça-feira, novembro 13, 2007

Reportagem na Única (Expresso)

"Ana juntou ao nome o apelido Madonna. Prostituta no Brasil, traficada para a Europa, foi torturada e levou 15 anos viciada em toda a droga que apanhava. Hoje ajuda ONG no combate à toxicodependência ao tráfico humano."

Maria de Paz Tréfaut, na revista "Única" do Expresso, 10 Novembro 2007

"Retornei ao Brasil magra como uma doente de sida em fase terminal. Mas depois de sair da clínica, entrei novamente nas drogas. Sem esperança e sem dinheiro, fui para o porto de Santos vender cocaína para os gringos e para as prostitutas em troca de algumas carreiras para cheirar. Aí fui convidada para ser traficante. Aceitei. Punha os papelotes dentro da calcinha e do sutiã e entrava nas boîtes para vender. Vendia muito, mas consumia todo o lucro.

Até que um dia vi a mãe de um rapaz chorando na rua, desesperada, pelo filho traficante. Na hora, lembrei do meu filho. Não queria aquilo para ele e não era aquela vida que queria para mim. Eu já tinha visto muita coisa, muita gente morrer. Já tinha participado em assaltos à mão armada, visto gente levar facada, cortar a cara de outra pessoa. Caí na real e fugi. No início, os traficantes me procuraram. Mas fui internada e quando voltei ninguém mais me incomodou - acho que a maioria foi presa ou morreu.

(...) Durante quase 15 anos usei drogas todos os dias. Perdi o olfacto devido à cocaína. Recuperada, aprendi a valorizar a minha família e a amar Deus sobre todas as coisas. Ainda sonho casar e ter mais um filho. Quem sabe com um português, que leia esta reportagem."

Ana Madonna, ex-prostituta, na revista "Única", do Expresso, 10 Novembro 2007

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