domingo, dezembro 03, 2006

Darfur (Sudão)

Darfur (Sudão) é das situações mais problemáticas de desastre humanitário, onde 3,4 milhões de pessoas estão dependentes de ajuda alimentar.

A guerra no Sudão dura há três anos com um grupo de rebeldes a manifestar-se contra o Governo e a exigir a independência do Darfur. Cerca 200 mil pessoas já morreram e há milhões de deslocados (cerca de 3 milhões). Os ataques têm tido como alvos civis das tribos de origem africana (negros) por parte de uma tribo de origem árabe. Ou seja, os árabes querem dizimar os africanos e ficar sozinhos na região, para manter uma única raça na região têm de proceder a uma limpeza étnica – genocídio. Um pormenor: as tribos árabes estão ligadas ao poder de Cartum, no Norte.

Os atacantes disparam indiscriminadamente contra as habitações dos civis, matam as pessoas, incendeiam as casas. Aqueles que tentarem fugir das aldeias são apanhados e mortos. Aqueles que conseguem sobreviver escondem-se no mato, sem alimentos nem cuidados médicos.

Perante esta crise humanitária catastrófica a ONU quer enviar uma força de paz para o terreno que permita a entrada das organizações de ajuda humanitária à população civil. No entanto, o governo do Sudão só permite que a ONU preste apoio logístico à única força de paz permitida no terreno, a UA (União Africana), que carece de meios capazes de controlar a situação. O Presidente sudanês argumenta que a ONU tem ambições neocolonialistas.

“Há um ano, os dirigentes mundiais, reunidos na ONU, reconheceram que todos os Estados tinham a responsabilidade de proteger a sua população contra o genocídio, os crimes de guerra, a limpeza étnica e os crimes contra a humanidade.” Dada a clareza desta resolução, os dirigentes mundiais têm tido o cuidado de não usar o termo “genocídio” quando falam do Darfur, porque sabem que isso os obrigaria a intervir directamente no conflito.

Há críticas à incapacidade de intervenção da comunidade internacional (UA, UE, ONU e EUA). Porquê?
- falta de vontade política
- os meios militares estão ocupados noutras regiões
- falta de autorização da ONU
- mobilização da opinião pública

Entretanto, no último mês (Outubro) surgiram notícias de que os Estados Unidos estariam a estudar uma possível intervenção no conflito. Condoleezza Rice chegou a dizer relativamente ao Sudão: “Cooperação ou confrontação”, recomendando duras medidas internacionais:
“A situação no Darfur tem vindo a deteriorar-se e a comunidade internacional tem de ser capaz de agir”. (Condoleezza Rice)



Sandra Bastos,
trabalho realizado para a disciplina de Informação Internacional

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