A Somália é considerada um Estado falhado, onde reina a anarquia desde 1991. As autoridades de transição, sem poder real, estão entregues a um frágil governo interino que não tem sido capaz de manter a ordem no país. Até agora, nas ruas das principais cidades mandavam as milícias de diferentes senhores da guerra de clãs rivais. A única lei era a da bala.
Nos últimos tempos o movimento islamita da UTI (União dos Tribunais Islâmicos) tem controlado várias zonas do país, inclusivamente a capital – Mogadíscio. O presidente Yusuf (governo interino) defende, desde então, o envio de uma força de paz mas os islamitas opõem-se, dizendo que podem garantir a segurança do país.
Não obstante as semelhanças da UTI com os taliban no que concerne às medidas radicais e rígidas impostas à população, passou a ser possível passar dias na capital sem ouvir um tiro, as armas e o crime começaram a diminuir, as pessoas deixaram de ter medo de sair à rua depois de escurecer, os preços nos mercados baixaram e as ruas foram limpas. A população gostou e aplaudiu os novos senhores.
O responsável da ONU no país diz que a vida nas zonas sob controlo dos islamitas melhorou e entre os sinais tranquilizadores está o facto de haver cada vez mais alunos nas escolas, particularmente raparigas. “Em 15 anos, ninguém foi capaz de fazer o que eles conseguiram em 15 dias”.
Mas a instabilidade interna estende-se aos países vizinhos. A Etiópia tem apoiado militarmente as forças dos Governo enquanto que a Eritreia já manifestou o seu apoio à UTI. A situação actual na Somália poderá transformar-se num conflito regional entre velhos inimigos e aliados recentes, que têm trocado palavras azedas.
Com base em fontes diplomáticas, a ONU crê que perto de 8000 etíopes e 2000 eritreus se encontram actualmente em território somali, a apoiar respectivamente o Governo internacionalmente reconhecido e o grupo islâmico.
Segundo o relatório da ONU, a Etiópia, o Uganda e o Iémen estão solidários com o frágil regime que as Nações Unidas reconhecem, enquanto a UTI conta com o apoio do Irão, da Líbia, da Arábia Saudita e dos Estados do Golfo.
Este mês (Outubro) tem sido o primeiro em mais de 10 anos que a Somália volta a atrair as atenções internacionais, depois de em 1992 ter sido palco de uma chamada intervenção humanitária das Nações Unidas, apadrinhada por Washington.
Nota a salientar:
Dada a situação instável na Somália e o controlo de parte do país pelo movimento islâmico radical da UTI (semelhante aos taliban), supõe-se, hipoteticamente, que a Al-Qaeda poderá vir a estabelecer-se aí, tal como aconteceu com o Afeganistão. Caso isto venha a acontecer, é provável que os Estados Unidos intervenham directamente no conflito, com ou sem o apoio da ONU.
Sandra Bastos, trabalho realizado no âmbito da disciplina de Informação Internacional
Com base em fontes diplomáticas, a ONU crê que perto de 8000 etíopes e 2000 eritreus se encontram actualmente em território somali, a apoiar respectivamente o Governo internacionalmente reconhecido e o grupo islâmico.
Segundo o relatório da ONU, a Etiópia, o Uganda e o Iémen estão solidários com o frágil regime que as Nações Unidas reconhecem, enquanto a UTI conta com o apoio do Irão, da Líbia, da Arábia Saudita e dos Estados do Golfo.
Este mês (Outubro) tem sido o primeiro em mais de 10 anos que a Somália volta a atrair as atenções internacionais, depois de em 1992 ter sido palco de uma chamada intervenção humanitária das Nações Unidas, apadrinhada por Washington.
Nota a salientar:
Dada a situação instável na Somália e o controlo de parte do país pelo movimento islâmico radical da UTI (semelhante aos taliban), supõe-se, hipoteticamente, que a Al-Qaeda poderá vir a estabelecer-se aí, tal como aconteceu com o Afeganistão. Caso isto venha a acontecer, é provável que os Estados Unidos intervenham directamente no conflito, com ou sem o apoio da ONU.
Sandra Bastos, trabalho realizado no âmbito da disciplina de Informação Internacional
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