"O último cartaz da série, “Deus, Pátria, Família: a Trilogia da Educação Nacional” é uma esplêndida síntese da pedagogia e moral salazaristas: a imagem revela o lar perfeito, rústico, humilde, analfabeto, patriarcal, cristão. É a apologia da saudável e simples vida do campo, por oposição aos vícios gerados pela vida urbana. Lar simples, aconchegado, sem água nem electricidade, sem um jornal ou aparelho de rádio, nada que faça lembrar a indústria, a modernidade. A mulher que, submissa, cumpre a sua missão de esposa e mãe; o pai, chefe de família, que chega do campo onde labuta para angariar o sustento da casa; o crucifixo, o pão e o vinho sobre a mesa, fazendo lembrar o sacrifício da missa; os filhos que, reverentemente saúdam o pai, ali o Chefe; ao fundo, o castelo com a bandeira nacional revela a gloriosa história da pátria."
1 comentário:
Bem desculpa lá mas eu não vejo na imagem a ideia da esposa submissa nem o conceito do homem chefe e dominador. Vejo os filhos manifestarema alegria de verem o pai, amigo e talvês também, cansado da labuta. E quanto à mulher, de facto está nas lidas da casa mas estas não deixam de incluir o cuidar e educar os miudos, e porque não dizê-lo, brincar com eles. No que diz respeito à igrja esta não deixou de colaborar em plena medida com o regime e entia-se amplamente recompensada com estas e outras analogias, tais como aparecem no quadro. Interessante a esse nível. Falha no entanto quanto ao facto de apenas haver dois miúdos, pois os casais com a idade dos retratados já há muito que tinham a sua meia dúzia de catraios magros e esfomeados pois o pão e o vinho nem sempre estavam na mesa, ao contrário do que retrata a imagem.
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