"Até à chegada de Raúl Castro à presidencia de Cuba, os naturais daquela ilha das Caraíbas estavam proibidos de entrar nos hóteis, cujas portas se abriam exclusivamente para estrangeiros, de possuir telemóveis - Fidel não gosta nada deles porque acha perigosas as ondas electromagnéticas -, computadores e alguns electrodomésticos, como o microondas. Alugar um carro de turismo também era impensável. Menos de dois meses depois de o poder mudar para as mãos do irmão e antigo número dois do "Comandante", a abertura económica está a criar expectativas contraditórias no país: uns acreditam que é um primeiro passo não se sabe em direcção a onde, outros dizem que são medidas que propiciam o gasto, mas não o ganho.
(...)
Depois de poderem usar um telemóvel, as viagens ao estrangeiro poderão ser o próximo passo. E o processo burocrático para que se possam adquirir moradias estatais parece estar em marcha, embora comprar e vender propriedades continue a ser tabu. Também recentemente, o Governo prometeu levantar os limites salariais para permitir que os trabalhadores ganhem de forma proporcional ao que produzem."
J. A. Souza e Torcato Sepúlveda, na NS' notícias sábado',
19 Abril 2008
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